Branqueamento
de capitais é uma das áreas a combater
2012-10-24
A
União Européia (EU) apresentou ontem um plano de ação, para os próximos dois
anos, com o objetivo de esclarecer a regulamentação do jogo online, avança um
comunicado da Comissão Européia.
“Os
consumidores e todos os cidadãos, em termos mais gerais, devem ser
adequadamente protegidos, o branqueamento de capitais e a fraude devem ser
combatidos, o desporto deve ser salvaguardado contra a viciação de resultados
relacionada com apostas e as normas nacionais devem respeitar a legislação da
UE. São estes os objetivos do plano de ação que adotamos”, afirmou o comissário
responsável pelo Mercado Interno e Serviços, Michel Barnier.
O
jogo online é uma das atividades de serviços em crescimento mais rápido na UE,
abrange apostas desportivas e o pôquer, os jogos de Ca sino e as lotarias, com
6,8 milhões de consumidores que participam em um ou vários tipos de jogo.
Contudo, também existem milhares de sítios de jogo online não regulamentados,
frequentemente exteriores à UE, aos quais os consumidores estão expostos e que
apresentam riscos significativos, nomeadamente de fraude e de branqueamento de
capitais.
A
viciação de resultados relacionada com apostas vai contra o fair play que
define o desporto
Segundo
a Comissão, uma vez que as crianças e outros grupos vulneráveis carecem de proteção,
já que 75 por cento dos cidadãos da UE com menos de 17 anos utilizam a
Internet, é necessário incentivar o desenvolvimento de melhores ferramentas de
verificação da idade e filtros dos conteúdos online, bem como de uma publicidade
mais responsável e aumento da sensibilização parental para os perigos
associados ao jogo.
Para
além de proteger os menores da exposição ao jogo, a EU quer proteger os
cidadãos e famílias que já se viram confrontados com uma dependência do jogo ou
com outras formas de perturbações associadas ao jogo.
Outro
objetivo é a prevenção e combate à fraude e ao branqueamento de capitais
através do jogo online. Dado o seu caráter transfronteiras, os Estados-Membros
não podem aplicar eficazmente, a nível individual, os mecanismos de luta
antifraude. Será necessário adotar uma abordagem que agrupe a UE, os
Estados-Membros e o sector.
A
viciação de resultados relacionada com apostas vai contra o fair play e a
competição que definem, pela sua própria natureza, o desporto. Para combatê-la,
a Comissão irá promover um intercâmbio de informações mais rápido, mecanismos
de denúncia de situações duvidosas e uma cooperação global a nível nacional e
internacional entre as partes interessadas, os operadores e os reguladores, a
fim de preservar a integridade do desporto, bem como uma melhor educação e uma
sensibilização acrescida dos próprios desportistas.
A
Comissão Européia destaca a idéia de que não está a propor uma adoção de
legislação sobre o jogo online a nível europeu. A entidade relembrou que nesta
questão cada país é soberano e pode bloquear ou restringir o acesso a
determinados serviços de jogos de sorte e azar na Internet.
Em
Dezembro, os Estados-membros reúnem-se para debater a regulamentação do jogo
online. Em Portugal já estão a ser dados os primeiros passos para regulamentar
os jogos na Internet.
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