A
defesa do consumidor é o tema central do 3º Encontro Técnico de Defesa do
Consumidor e a da 24ª Reunião do Fórum dos Procons Mineiros, encontros que
ocorrem na cidade de Ubá (MG), a 250
km de Belo Horizonte, de quarta-feira até sexta-feira.
A
abertura do evento, na noite desta quarta-feira, reuniu autoridades e
estudantes de Direito e foi marcada por exibição de mensagem do ministro do STJ
(Supremo Tribunal de Justiça) Herman Benjamim, e palestra especial sobre a
“Concessão de crédito ao consumidor idoso”. Na mensagem, o ministro chama
atenção para a necessidade de atualização do Código de Defesa do Consumidor. “O
CDC é um marco da cidadania, mas, passados 20 anos, precisa de atualização”,
explicou o ministro, destacando entre as principais demandas a regulamentação
do comércio eletrônico, o endividamento das famílias, a oferta de crédito e os
ritos processuais.
Ainda
na solenidade, foi exibido um vídeo com diversos depoimentos sobre a
importância dos Procons municipais. A solenidade contou com a participação de
políticos, como o prefeito de Ubá, Vadinho Baião, a presidente da Câmara
Municipal da cidade, Rosângela Alfenas, de autoridades do Judiciário, como
promotores e defensores públicos. Também presentes ao encontro a secretária
executiva do Procon de Ubá, Dra. Tainah Moreira Marazzo da Costa Barbosa, o
secretário Geral do Fórum dos Procons mineiros, Vinícius Marques, e o
procurador de Justiça e coordenador do Procon estadual, Jackson Rafael
Campomizzi.
O
promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Dr. Thiago Correia, lembrou que o
respeito ao consumidor é a medida de uma sociedade desenvolvida. “Nunca havia
presenciado um mercado de consumo tão vivo e uma rede de proteção tão
estruturada como aqui em Ubá”, declarou.
Já
o coordenador do Procon Estadual, procurador Jackson Campomizzi ressaltou a
importância realizar o fórum no interior “porque estes lugares geram exemplos
nas relações de consumo”.
A
palestra especial da noite foi proferida pela escritora Fabiana Rodrigues
Barletta, doutora em Direito e professora universitária, sobre “A concessão de
crédito ao consumidor idoso”. “Esse consumidor tem sido assolado por uma
publicidade que oferece o crédito muito fácil, mascarando as dificuldades como
o pagamento dos juros, por exemplo. E essa dificuldade deve ser evidenciada
para que o idoso não contraia um crédito que vá prejudicá-lo em suas outras
prestações básicas como luz, água, alimentação e transporte, por exemplo”,
explicou Fabiana, que classificou o idoso como um consumidor hipervulnerável.
Ela
ressalvou que a concessão de crédito não é algo necessariamente ruim. “Vivemos
na sociedade do crédito em massa e isso é bom porque faz com que as riquezas
circulem. O cartão de crédito, os financiamentos, ajudam efetivamente as
pessoas. Mas a armadilha é quando esse crédito é dado de maneira leviana,
aproveitando-se da fragilidade do consumidor”, alertou a palestrante.
“Tratamos
isso prevenindo, informando o consumidor detalhadamente, aconselhando e
advertindo sempre o mais vulnerável. Nós, do Direito, temos que saber o que é
ser idoso e ser hipervulnerável”, declarou Fabiana Barletta, que encerrou sua
fala com a leitura do artigo 2º da Constituição de 1988, por tratar-se, segundo
ela, “da lei mais importante do Direito Brasileiro”. [3]
O
3º Encontro Técnico de Defesa do Consumidor e a 24ª Reunião do Fórum dos
Procons Mineiros seguem até esta sexta-feira (23), com painéis e mesas
redondas.
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