A
velocidade da internet no Brasil começará a ser medida em novembro, e os
primeiros resultados poderão ser conhecidos em dezembro. Os usuários
de internet fixa que quiserem participar da medição poderão se inscrever a
partir desta quarta-feira por meio do site Brasilbandalarga.com.br. Serão
selecionados 12 mil voluntários de todo o país.
A
medição será feita por uma entidade aferidora selecionada pela Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel). Os voluntários escolhidos, por meio de sorteio,
vão receber uma espécie de modem, chamado de whitebox, que enviará os dados da
conexão para a entidade aferidora. Segundo a Anatel, o equipamento não
interfere na conexão nem coleta dados de navegação do usuário.
A
medição atende a uma determinação do regulamento de qualidade para o serviço de
comunicação multimídia, aprovado pela Anatel no ano passado. Segundo as regras,
que valem a partir de outubro, as operadoras com mais de 50 mil usuários
deverão entregar, em média, por mês, uma velocidade mínima de conexão de 60% da
velocidade anunciada.
Esses
percentuais deverão aumentar a cada ano, até chegar, em 2014, à média mensal de
80% da velocidade contratada. Atualmente, a velocidade média entregue aos
usuários fica em torno de 10% da contratada pelos consumidores. Para a
velocidade instantânea, os índices começam em 20%, depois passa para 30% e 40%.
Os
dados coletados pela Entidade Aferidora de Qualidade (EAQ) serão divulgados
mensalmente pela Anatel, e servirão para que a agência avalie se as empresas
estão cumprindo as metas de qualidade estabelecidas. Segundo o ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, a medição vai melhorar a concorrência no setor,
fazendo com que os usuários procurem as empresas com melhores resultados.
"A
primeira sanção para as empresas que não atingirem as metas é que elas vão
passar vexame, porque os resultados serão divulgados mensalmente, então vai
aparecer que tal empresa oferece velocidades que não são condizentes",
disse o ministro.
No
caso de descumprimento das metas, a Anatel também poderá estabelecer prazos
para que o problema seja resolvido, aplicar multas ou até determinar a
proibição de vendas.
O
superintendente de serviços privados da Anatel, Bruno Ramos, explicou que
atualmente os dados com os quais a agência trabalha são enviados pelas próprias
empresas, e a nova metodologia é mais transparente e vai permitir que a agência
tenha uma visão mais acurada da prestação de serviços. Segundo ele, o modelo
vai ser expandido para todos os tipos de conexão.
Na
primeira quinzena de setembro, a Anatel vai fechar os detalhes sobre como será
feita a medição para a internet móvel, que também deve começar em outubro.
"Estamos discutindo como será feita a parte da mobilidade e do
deslocamento das pessoas, para medir a qualidade também da internet móvel",
explicou Ramos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário