Um direito só é direito realmente
quando pode ser usado. Há muitos casos de direitos que constam na lei, mas que,
pelos mais diversos motivos, grande número de pessoas não conhece ou não
consegue por em pratica.
Outras vezes, as pessoas percebem
que um direito seu esta sendo desrespeitado e, por falta de meios de defesa,
perdem o direito sem a possibilidade de reagir. Em todas essas situações aquele
que não soube ou não pode usar o direito e que por isso, o perdeu, sobre um
prejuízo injusto.
Muitas vezes, esse prejuízo atinge
aspectos fundamentais da vida de uma pessoa.
O primeiro passo para chegar a
plena proteção dos direitos é informar e conscientizar as pessoas sobre a
existência de seus direitos e a necessidade e possibilidade de defendê-los.
Como efeito, quando alguém não sabe que tem um direito ou dispõe apenas de
informações vagas imprecisas sobre ele, é pouco provável que venha a tomar
alguma atitude em defesa desse direito ou que vise a sua aplicação pratica. É
preciso, portanto, que haja a mais ampla e insistente divulgação dos direitos,
sobretudo daqueles que são fundamentais ou que se tornam muito importantes em
determinado momento, para que o maior numero possível de pessoas tome
conhecimento deles.
Tão importante quanto a informação
é a formação da consciência de que os direitos precisam ser defendidos, para
que não pereçam e também para que fique assegurado o respeito a todos os
direitos. A vida em sociedade é necessária para que os seres humanos, mas em
quase todos os grupos sociais existe uma competição pelas melhores posições e
pelo recebimento de mais benefícios e vantagens, É o direito que deve garantir
os interesses de cada um e impedir que uns sejam prejudicados pelos outros.
A pessoa que tem o seu direito
violado está sofrendo uma perda de alguma espécie. É quando essa pessoa que
teve o seu direito ofendido não reage, isso pode encorajar a ofensa a outros
direitos seus, pois sua passividade leva a conclusão de que ela não pode ou não
quer defender-se. Dai a importância de conscientizar as pessoas para que
procurem sempre defender seus direitos.
Não basta, porém, dar a pessoa
consciência de seus direitos e da necessidade de defendê-los sem lhe dar meios
de defesa. Com efeito, é importante que a própria pessoa queira participar da
defesa de seus direitos, mas, a par disso, é indispensável um conjunto de
elementos, de pessoas e instituições sociais para que a defesa seja eficiente.
Só em casos excepcionais, como a reação imediata a uma agressão ou para impedir
um roubo, é que se deve pensar na defesa individual, feita pela própria vitima.
Mas também nesses casos os direitos serão mais bem defendidos se forem
protegidos por mais de uma pessoa ou por agentes policiais, o que mostra a
necessidade de que haja meios de defesa proporcionados pela sociedade.
Para se ter um sistema eficiente
de proteção dos direitos é preciso contar com a colaboração do Legislativo, do
Executivo e do Judiciário. Ao Poder Legislativo cabe fazer e aprovar as leis
necessárias para a proteção dos direitos, tendo o cuidado de garantir a todas
as pessoas a possibilidade de se defender. Não basta a lei declarar que todos
têm o direito de agir para defender seus direitos. É preciso garantir na
prática essa possibilidade. Assim, por exemplo, há muita gente que não tem
dinheiro para pagar as despesas de um processo e os honorários de um advogado.
Isso precisa ser previsto na lei, para que esta diga de que maneira as pessoas
pobres poderão defender-se.
O poder executivo tem a obrigação
de manter repartições e funcionários encarregados de proteger as pessoas e seus
direitos. Grande parte dessa responsabilidade cabe a Polícia, que deve exercer
vigilância permanente, para evitar a prática de atos prejudiciais ao direito de
alguém. As leis dizem o que a Policia deve e pode fazer, sendo indispensável
que as autoridades policiais também as respeitem, pois se elas agirem fora da
lei, mesmo que seja com a desculpa de proteger as pessoas, ninguém estará
seguro. Na verdade, é absurdo uma autoridade praticar atos ilegais e dizer que
faz isso para garantir que as leis serão respeitadas.
O Poder Judiciário tem,
igualmente, uma responsabilidade muito grande. Se alguém tiver um direito
desrespeitado pode pedir proteção aos juízes e tribunais, seja quem for o
culpado pelo desrespeito. Assim, também, quando existir duvida sobre algum
direito, se ele existe ou não, ou a quem ele pertence, é o Poder Judiciário que
deve desfazer a dúvida. Para cumprir bem sua tarefa, os juízes devem ter sempre
a preocupação de agir com justiça, decidindo sem medo, com serenidade e
independência.
E indispensável que o Poder
Judiciário esteja bem organizado e que não seja caro demais pedir sua proteção.
Caso contrário, a demora nas decisões e a necessidade de muito dinheiro para o
pagamento das despesas judiciais farão com que só um pequeno número de pessoas
tenha a proteção judicial. Quando o Poder Judiciário pode agir com
independência e é respeitado pelo povo e pelas autoridades é mais raro que
ocorram ofensas aos direitos. E quando elas ocorrerem será mais fácil conseguir
a proteção e a devolução dos direitos ofendidos ou a punição justa do ofensor.
A proteção os direitos é
indispensável para que as pessoas, sentindo-se em segurança e respeitando-se
reciprocamente, possam viver em paz.
Segundo Eliana Passarelli,
Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, "Nós,
cidadãos brasileiros, começamos a descobrir que temos vários direitos. A partir
de 1990, um novo código passou a vigorar no Brasil, o Código de Defesa do
Consumidor.
Por esse código houve a regulamentação
das chamadas relações de consumo e, nos todos, independentemente de quaisquer
fatores personalíssimos (idade, sexo etc.) somos consumidores. Exemplos: no
restaurante, no cinema, na loja de roupas, no posto de gasolina, no
supermercado etc. E, assim sendo, temos que saber o que é certo e o que é
errado."
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