Nota-se
no Brasil considerável escalada na adoção de políticas comerciais visando
desestimular a importação de bens e serviços.
Brasil
lidera ranking que mede guerra comercial na OMC
Alguns
analistas se atentam ao maior prejudicado: os consumidores. Utilizarei este
espaço para fazer coro a este aspecto do problema.
Os
cidadãos de um país protecionista são levados a comprar localmente de empresas
não expostas à competição internacional. Essa prática patrocina, portanto,
brutal transferência de renda de uma grande gama de consumidores para um
pequeno grupo de empresários e trabalhadores ligados aos setores protegidos.
Os
preços pagos pelos brasileiros por medicamentos, automóveis, telefones
celulares e eletroeletrônicos em geral são ultrajantes quando comparados
àqueles praticados em vários outros países.
Deve-se
apontar que isso não é fruto exclusivo de nosso protecionismo comercial, ora
que existe grande carga de impostos não alfandegários sobre nossos produtos.
O
arranjo entre o Estado brasileiro e os setores produtivos protegidos é curioso.
Por um lado, sufoca-se toda a esfera produtiva com excesso de obrigações,
insuficiente infraestrutura e baixa capacitação profissional. Por outro,
escolhe-se proteger alguns setores, garantindo farta gordura para compensá-los
das ineficiências públicas.
Trata-se
de uma política elitista, fruto de uma aliança perversa em que se premiam
alguns grupos politicamente bem representados em troca de sua complacência com
a baixa produtividade do aparelho burocrático estatal.
Por
estarem politicamente desorganizados, cerca de 200 milhões de brasileiros
acabam fadados a pagar caro por pior qualidade. Passou da hora ideal induzir
nossos setores (indústria, em particular) a inovar e oferecer produtos melhores
a custo menor.
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